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IN ILLO TEMPORE: Os Festejos de Santo Antônio de Campo Maior no ano de mil oitocentos e oitenta e oito (relato de 1888)

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  ❝ Como em todos os anos foi festejado o milagroso padroeiro da freguesia de Campo Maior. As novenas estiveram sempre bastante frequentadas por quase toda a população o respeitável sacerdote Padre Manoel Félix Cavalcante de Barros foi incansável em trabalhar para o brilhantismo da festa.  A Igreja estava sempre muito bem decorada graças à perícia bom gosto dos dois grandes curiosos pintores Francisco Figueiredo e João Cândido [de Deus e Silva].  Na Via Sacra do dia da festa começou afluir à vila enorme quantidade de povo do interior e o movimento era indescritível. As ruas ofereciam agradáveis palestras pelos sucessivos grupos que se encontravam aqui e ali.  Terminando o ofício religioso da última novena, uma bem organizada passeata de distintos moços, tendo à frente uma bem regida Orquestra percorrem diversas casas de famílias, oferecendo esplendida distração. Foram recitadas belíssimas poesias quase todas de poetas brasileiros dos mais admitidos com ap...

A Capela de Nossa Senhora do Rosário de Frecheiras da Lama, Cocal-PI (1781-1916)

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Considerada uma das mais antigas igrejas/capelas do Piauí colonial, é patrimônio arquitetônico do período colonial, construída no ano de 1781 pelo mestre de campo da capitania do Piauhy, o português Diogo Alves Ferreira e sua esposa, a cearense (da Granja) Francisca Tomazia Ferreira de Veras. Entre os anos de 1839 e 1841, tornou-se o reduto mais importante da Balaiada (Revolta popular ocorrida nas províncias do Maranhão, Piauí e Ceará) no norte do Piauí, sob a liderança de Domingos Ferreira de Veras, neto de Diogo Alves Ferreira e Francisca Tomazia Ferreira de Veras. Um bisneto de Diogo e Tomazia, o coronel Ignácio Luiz de Almeida , tornou-se um dos maiores fabriqueiros da Igreja de N. Sra. do Rosário, e num processo de adição, comum naquele período, edificou a sacristia e outros cômodos do templo, além de concluir o reboco em cal e barro, por volta do ano de 1916 - registrado na parede. Nos períodos colonial e imperial fazia parte do termo da vila da Parnaíba, hoje é parte integrante...

Igreja de Nossa Senhora dos Humildes, Alto Longá (1740-1890)

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A História de Alto Longá data do início do século XIX quando o Capitão Benedito José de Souza Brito ali fixou residência e situou uma fazenda de gado, a pequena distância do rio Gameleira, junto a um olho d'água que, durante muito tempo, abasteceu a população local. Foi construída uma capela consagrada a Nossa Senhora dos Humildes, tendo o fundador doado, além do patrimônio territorial, muitas cabeças de gado.  A Capela dos Humildes foi criada por volta de 1740, quando os moradores da região se reuniram e construíram a primeira Capela, que foi dedicada a Nossa Senhora dos Humildes. Construído o templo, o povo pediu a Sua Exc.ª. Revma. Dom Frei Manuel da Cruz, então Bispo do Maranhão e Piauí, um Capelão permanente. Para tal ofício, foi apresentado o Pe. Lourenço Gonçalves da Igreja que foi substituído pelos Padres Antônio Tavares da Silva (1759), Antônio Rodrigues do Rosário (1761-1762), Feliciano de Melo e Silva (1767-1769), José Machado Freire e alguns religiosos, Frei...

Padre Ibiapina, apóstolo no sertão do Piauí (1871)

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Os padres, espalhados por paroquias remotas, operando cada qual separadamente, desajudados dos conselhos do superior, sem o estimulo de um companheiro, ficavam expostos a grandes perigos, a cada passo salteados por instigações perversas, sucumbindo às vezes a mortíferos laços. (...) Já alguns anos antes travara-se combate incessante contra o relaxamento dos costumes. O padre Ibiapina, filho da província do Ceará, onde abrira missão permanente, com um raio de circunferência até Pernambuco, transpôs em 1871 nosso território, percorrendo Patrocínio, Picos e Jaicós. Cercava-o uma auréola de extraordinário prestígio. Havendo ocupado as mais altas posições, na magistratura e no parlamento da nação, cumulado das grandezas da terra, tudo renunciou de súbito para dedicar-se de corpo e alma ao ministério de Christo. Era um asceta, de eloquência arrebatadora e rigorismo impressionante, caindo como uma bomba entre os vícios reinantes.  De uma atividade maravilhosa, capaz de resisti...

Nota Biográfica: Padre Simpliciano Barbosa Ferreira (1828-1886)

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Padre Simpliciano Barbosa Ferreira nasceu em 1828 na Fazenda Peixe, atual Nossa Senhora dos Remédios - PI, filho de João Barbosa Ferreira e Archangela Pulcheria Castelo Branco. De família abastada, proprietária de grandes fazendas no meio-norte do Piauí, seguiu a carreira eclesiástica, entrando para o seminário ainda muito jovem. Foi ordenado presbítero no início da década de 1850, após formação no Seminário Episcopal Santo Antônio, em São Luís do Maranhão. Cônego, primeiro Vigário da Freguesia de Nossa Senhora dos Remédios de União (criada paróquia em 1853) desmembrada da Freguesia de Santo Antônio de Campo Maior.  Permaneceu como pároco de União, até 1886, ano de sua morte.  "(...) Entre 1853 a 1854, Simpliciano, já sacerdote, fez um “tour” pela Europa a fim de assistir a Aclamação da Imaculada Conceição pelo Papa Pio IX, em Roma. Esse evento ocorreu na data de 08 de dezembro de 1854. Isso leva a crer que provavelmente ele só tenha tomado as rédeas da Paróquia ap...

Nota Biográfica: João do Rêgo Monteiro, o Barão de Gurguéia (1809-1897)

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Tenente Coronel João do Rêgo Monteiro, o Barão de Gurguéia, nasceu a 19 de maio de 1809, no lugar ainda, denominado "Barra do Riacho dos Cavalos", hoje município de União, deste Estado do Piauí; filho do Tenente Coronel Tomé do Rêgo Monteiro, proprietário, criador e agricultor, natural da cidade de Oeiras, deste Estado, e sua esposa dona Silvéria Joaquina de Oliveira Rêgo, sua parenta natural de Recife, Pernambuco (...)  Em consequência de um litígio de terras com Padre Silvestre Martins Afonso, Tomé do Rêgo Monteiro foi assassinado em 1813, em seu próprio lar, quando escrevia, por Jagunços, do citado Padre e a mando deste; João do Rêgo Monteiro, se fez órfão e bem assim o seu irmão Benedito José do Rêgo, os quais viveram em companhia da mãe e viúva, diante de tão despótico antagonista, rico e portentoso, com o colimado objetivo de facinorosamente apoderar-se de suas terras. O abominável e traiçoeiro homicídio ficou impune. Na ocasião do trágico e pusilânime assassínio, a esp...

Nota Biográfica: Dom Avelar Brandão Vilela, 2° Arcebispo de Teresina e Primaz do Brasil (1912-1986)

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D. Avelar Brandão Vilela (1912-1986) Dom Avelar Brandão Vilela nasceu em treze de junho de 1912, em Viçosa, Alagoas. Seus pais, Elias Brandão Vilela e Isabel Brandão Vilela, eram proprietários do Engenho Mata Verde, naquele município. Vilela teve como irmão o senador, vice-governador e deputado estadual por Alagoas, Teotônio Vilela; e como sobrinho, o governador e senador pelo estado do Alagoas, Teotônio Vilela Filho. Foi ordenado padre em Aracaju, Sergipe, em vinte e sete de outubro de 1935, dia da Festa de Cristo Rei. Nesta capital, durante onze anos, exerceu cargos de professor de Psicologia, Português e Literatura Luso-Brasileira; secretário do Bispado, capelão, cônego, diretor espiritual do seminário Sagrado Coração de Jesus, assistente diocesano e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Foi eleito Bispo de Petrolina, em Pernambuco, em junho de 1946, pelo Papa Pio XII, e sagrado em 27 de outubro do mesmo ano. No decênio em que esteve na cidade, r...